Os investidores, via de regra, querem saber quais são as aplicações financeiras mais rentáveis. Afinal, em qualquer decisão no mercado financeiro há o chamado custo de oportunidade, ou seja, aquilo de que se abre mão em troca de determinada escolha.
Se o indivíduo deixa o dinheiro guardado na caderneta de poupança, por exemplo, e descobre que existem investimentos mais vantajosas do que ela, tal custo foi justamente esse ganho a mais que o investidor poderia ter recebido.
Para não deixar escapar chances de retorno consideráveis, é essencial que você saiba calcular a rentabilidade dos investimentos e, assim, possa optar pelos mais vantajosos. Confira estas dicas e passe a fazer boas escolhas no mercado financeiro.
O que é a rentabilidade das aplicações financeiras?
De um jeito mais simples, rentabilidade é o ganho de dinheiro obtido sobre um capital “X” após determinado tempo. Por exemplo, se a pessoa monta um negócio próprio, com certa quantia, ela espera receber o lucro da empresa mais tarde, não é mesmo?
No mercado financeiro, ocorre uma situação até um pouco parecida com a anterior. A diferença é que, em vez de criar um estabelecimento com alguma quantia, o indivíduo utiliza tal valor para colocá-lo em uma aplicação financeira.
Ainda assim, da mesma forma que o empreendedor, o investidor quer obter um retorno financeiro positivo após certo período. Em que pese esse desejo, em ambos os casos pode haver rentabilidade positiva ou negativa.
É bem verdade que, no mercado financeiro, a pessoa pode encontrar maneiras de diminuir riscos e ter ganhos regulares, afinal, para isso existe a chamada “renda fixa”.
Vale lembrar que, de modo geral, a rentabilidade de um investimento é dada em porcentagem, embora também se possa ouvir que uma aplicação rendeu “Y” reais.
Como você poderá notar, ao começar a investir, vários fatores interferem na hora de se escolher as aplicações financeiras mais rentáveis, como o capital disponível para investimento, o tempo em que o dinheiro ficará alocado, a tributação, a liquidez, os riscos envolvidos etc.
De antemão, saiba que no universo dos investimentos a rentabilidade e o risco caminham praticamente no mesmo trilho. Assim, quanto mais altas forem as chances de perda, maior tende a ser o potencial de ganho e, por outro lado, quanto mais baixos os riscos, menor será o retorno.
Como “potencial de rentabilidade” envolve um grau considerável de incerteza, muitas vezes “mais vale ter um passarinho na mão, do que dois voando”, não é mesmo? Ainda assim, não fique desanimado, pois na própria classe de investimentos de renda fixa é possível encontrar aplicações financeiras mais rentáveis em comparação com outras que também são seguras, mas oferecem retorno baixo.
Como calcular a rentabilidade dos investimentos?
Para facilitar a sua compreensão, vamos partir de um exemplo básico. Se uma pessoa empresta R$ 1000 para outra, a uma taxa de 10% ao ano, no final das contas terá um retorno positivo de R$ 100 sobre o capital inicial ou, ainda, uma rentabilidade de exatos 10%.
Até aqui estaria tudo perfeito, se não houvesse o risco de o tomador do dinheiro dar um calote, concorda? Outro empecilho seria ter dinheiro de sobra e não encontrar alguém para transferir o recurso em troca de um ganho.
Para resolver esses problemas, surge justamente o mercado financeiro, no qual as pessoas podem colocar as sobras de dinheiro, com a promessa de recebê-las corrigidas por uma taxa de juros, após um período combinado.
Se você notar bem, as aplicações financeiras de renda fixa funcionam como se fossem empréstimos, a diferença entre elas é quem será o “tomador do dinheiro”, que pode ser um banco, o governo ou até uma empresa. Seja qual for o investimento, vários fatores influenciam no retorno final de quem “emprestou” o dinheiro.
Vamos exemplificar como calcular a rentabilidade por meio de uma aplicação de Certificado de Depósito Bancário (CDB), que é bastante comercializada no mercado financeiro.
Antes, vale lembrar que a taxa de juros desse investimento pode ser pré-fixada (conhecida no momento da contratação), pós-fixada (baseada na performance de um índice de referência) ou mista (ao combinar os dois primeiros tipos).
No caso dos CDBs pós-fixados, o índice mais comum de referência é o Certificado de Depósito Interbancário (CDI), o qual tem uma taxa muito parecida com a Selic, que representa os juros básicos da economia. Dessa forma, é frequente se ouvir que determinado CDB rende tantos porcentos do CDI.
Façamos, agora, um exemplo de cálculo de rentabilidade com o seguinte cenário: aplicação de R$ 1.000 em CDB, durante dois anos, com rendimento de 110% do CDI. Vamos supor, nesse caso, que o CDI (taxa usada nos empréstimos entre os bancos) esteja em 6,90% ao ano. Nessa hipótese, cabe lembrar que o investidor pagaria a menor taxa de Imposto de Renda retido na fonte, que é de 15% sobre o ganho, após 720 dias de aplicação.
Assim, teríamos o seguinte cálculo da rentabilidade bruta:
R$ 1000 x (1,1 x 0,069) x 2 = R$ 151,80.
Perceba que, nesse exemplo, em vez das porcentagens, utilizamos a forma decimal dos números, afinal, 110% é a mesma coisa que 110 dividido por 100, cujo resultado é 1,1. O mesmo raciocínio vale para o 6,90%.
A fórmula poderia ser descrita como:
Capital aplicado x Taxa de juros x tempo = rentabilidade bruta.
Lembre-se de que a taxa de juros e o tempo devem ter a mesma unidade, como mês ou ano.
Agora, da rentabilidade bruta de R$ 151,80, precisamos tirar os 15% de IR. Assim, multiplicamos os R$ 151,80 por 0,15, para chegar a uma dedução de R$ 22,77 referente a esse imposto. Por fim, ao tirarmos o IR do retorno bruto, chegamos a um ganho líquido de R$ 129,03.
Logo, no resgate, o investidor teria recebido R$ 1.129,03. Por fim, para acharmos a rentabilidade líquida, é só dividirmos essa quantia pelo capital inicial (R$ 1000), depois multiplicarmos por 100 e, em seguida, tirarmos 100. Nesse caso, o retorno seria de 12,90% nos dois anos de investimento, o que daria uma média de 6,45% em cada ano.
Como escolher as aplicações financeiras mais rentáveis?
Agora que você já sabe como fazer o cálculo da rentabilidade, precisa simular as condições de cada investimento, para encontrar as aplicações financeiras mais rentáveis.
Você deve ter em mente que, em certas situações, é possível aumentar o retorno líquido de um investimento. Por exemplo, ao deixar o dinheiro alocado por mais tempo, a taxa de juros tende a ser maior, enquanto a tributação, menor.
Além disso, na hora de comparar as aplicações, é necessário escolher aquelas que ofereçam um ganho superior à inflação. No caso do exemplo anterior, ao descontarmos a inflação da rentabilidade líquida, chegaremos à rentabilidade real.
Note, ainda, que o retorno de cada investimento deve ser analisado de acordo com o risco envolvido. Desse modo, é justo comparar a caderneta de poupança com o CDB, mas não este com ações de empresas, visto que fazem parte de realidades bem diferentes, um de renda fixa e outra de renda variável.
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