Está em dúvida entre CDB ou Tesouro Direto? Os dois títulos são opções interessantes de investimento em renda fixa, bastante recomendados para quem quer sair da poupança. Eles funcionam de forma parecida, mas têm algumas diferenças que podem afetar diretamente os seus ganhos.
Leia o nosso post e descubra como cada um deles funciona, qual o rendimento e quais os riscos e taxas envolvidas! Ao fim, compare e descubra qual a melhor escolha para você. Vamos lá?
Investindo em renda fixa
Os investimentos em renda fixa são os mais indicados para quem busca algo que renda mais que a poupança, mas ofereça a mesma segurança.
Na renda fixa, a rentabilidade do seu dinheiro é ajustada no momento em que é feito o investimento. Assim, o investidor pode escolher se adquire um título com rentabilidade predeterminada, ou uma rentabilidade atrelada a algum índice financeiro como:
- o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo, que mede a inflação);
- O IGP-M (Índice Geral de Preços de Mercado, comumente usado para ajustar valores de contratos de aluguel);
- a Selic (taxa básica brasileira de juros);
- o CDI (Certificado de Depósito Interbancário, taxa que serve de parâmetro para o custo do dinheiro nas transações bancárias privadas).
A principal vantagem da renda fixa é que a rentabilidade é garantida. Não há risco de perdas se o investidor resgatar o título na data contratada.
Outra vantagem é a segurança — são considerados os investimentos mais seguros do Brasil. Nas compras de títulos do CDBs no valor de até 250 mil reais por CPF/CNPJ e por instituição financeira, o investimento fica protegido pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que garante o seu investimento no caso de o banco “quebrar”.
Já os títulos do Tesouro Direto não são protegidos pelo FGC, mas têm a vantagem de serem emitidos pelo Governo Federal, que tem condições de cobrir eventuais prejuízos, inclusive por meio de mecanismos extraordinários como a impressão de mais papel-moeda.
A poupança também é um investimento seguro, mas sua rentabilidade é tão baixa que, em alguns casos, ela sequer pode ser considerada um investimento. Afinal, com uma rentabilidade de menos de 0,38% ao mês (maio/2018), seu dinheiro guardado na poupança corre risco de desvalorizar em casos de inflação, por exemplo.
Conhecendo o CDB e o Tesouro Direto
O CDB e o Tesouro Direto são os tipos mais populares de investimento em renda fixa. A segurança e as possibilidades de ganhos que eles oferecem atraem vários investidores que buscam multiplicar seu dinheiro em curto, médio ou longo prazo.
Até mesmo pessoas com estratégias de investimento mais ousadas costumam destinar uma parte de seu portfólio a títulos do Tesouro e CDBs, pois sabem que a chave do sucesso na diversificação é equilibrar o risco com a segurança.
Vamos conhecer as particularidades de cada um.
Tesouro Direto
O investimento em Tesouro Direto consiste na compra de títulos públicos por meio de uma plataforma online. Ao fazer isso, o investidor está emprestando dinheiro para o Governo Federal custear suas atividades.
Em troca, o Governo remunera o investidor com a rentabilidade escolhida por ele.
Todo título tem uma data de vencimento, que é quando o valor emprestado será devolvido com juros. Conforme veremos adiante, é possível revender o título antes desse prazo — no entanto, isso pode prejudicar a rentabilidade.
Para operar no Tesouro Direto, o investidor precisa da intermediação de uma corretora de investimentos, ou seja, uma empresa financeira autorizada a negociar esses ativos na bolsa de valores. A custódia dos títulos fica a cargo da B3 (novo nome da BM&FBovespa após sua fusão com a Cetip).
Há basicamente três tipos de títulos do Tesouro Direto:
Tesouro Selic
Título cujo valor é corrigido diariamente pela taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic.
Tesouro prefixado
Título cuja rentabilidade é um percentual fixo anualizado (8,92% ao ano, por exemplo), que geralmente leva em consideração a projeção dos juros futuros. No momento da aplicação, o investidor pode ver qual é o rendimento oferecido.
Tesouro IPCA+
Título cuja rentabilidade é composta pelo IPCA (medida oficial da inflação), mais um percentual fixo anualizado (4,5% ao ano, por exemplo). Esse título garante o poder de compra do investimento, pois a rentabilidade entregue na data final já estará acrescida do percentual inflacionário; logo, seu dinheiro nunca estará defasado.
Riscos
O investimento em títulos públicos pelo Tesouro Direto é bastante seguro no que diz respeito ao risco de crédito (nome dado à possibilidade de calote).
O dinheiro aplicado é garantido pelo Tesouro Nacional, e a possibilidade de não receber o valor pago é praticamente inexistente, pois, mesmo em situações extremas, o governo pode emitir moeda para honrar seus compromissos.
O Tesouro Prefixado e o Tesouro IPCA+ estão sujeitos a algum risco de mercado, nome dado à oscilação de preços dos ativos financeiros.
Isso acontece porque as taxas oferecidas e os valores cobrados pelos títulos são ajustados por um mecanismo conhecido como marcação a mercado, que sofre a influência da projeção dos juros futuros. Assim, se a expectativa é de alta dos juros, as rentabilidades sobem, e os preços caem. O contrário também ocorre.
No entanto, a oscilação nos preços só tem importância para o investidor caso ele decida vender o título antecipadamente. Se mantiver a aplicação até a data de vencimento, a rentabilidade é exatamente a que foi contratada.
O Tesouro Selic está livre desse risco de mercado, pois, como dissemos, seu valor é ajustado diariamente pela correção da taxa Selic, sem surpresas.
Liquidez
Todo título do Tesouro Direto pode ser vendido de volta para o governo, com o dinheiro sendo pago no dia útil seguinte à solicitação. No entanto, a plataforma pode ficar fechada para negociação em alguns momentos de crises extremas ou para manutenção nos servidores.
É importante observar, no caso dos títulos prefixados e atrelados à inflação, o valor do título no momento do resgate antecipado, pois pode haver rentabilidades negativas, levando o investidor a perder dinheiro caso decida reaver seu dinheiro.
Rentabilidade
A rentabilidade dos títulos negociados no Tesouro Direto toma como base a Selic e suas projeções futuras. É mais do que a caderneta de poupança e os investimentos oferecidos pelos grandes bancos comerciais, mas, como veremos a seguir, menos do que bancos pequenos e médios pagam.
Taxas
O investimento no Tesouro Direto envolve duas taxas:
- Taxa de custódia: 0,3% ao ano sobre o valor investido, cobrada pela B3.
- Taxa de administração, também chamada de taxa do agente de custódia: cobrada pelas corretoras, pode variar entre 0% a 2% ao ano sobre o valor investido.
A cobrança dessa taxa tem um pequeno impacto sobre a rentabilidade. Assim, um Tesouro Selic não rende exatamente 100% da taxa Selic do período, ficando um pouco abaixo desse número.
Impostos
Há cobrança de alíquota de imposto de renda (entre 22,5% e 15% da rentabilidade, de acordo com o tempo de investimento) e IOF (nos resgates feitos em menos de 30 dias), seguindo a tabela regressiva da renda fixa.
CDB
Ao investir em um Certificado de Depósito Bancário (CDB), empresta-se dinheiro a um banco ou empresa financeira, que usará aquela quantia para oferecer crédito a outros clientes. Uma parte dos juros cobrados nesses empréstimos será repassada ao investidor.
De maneira semelhante ao Tesouro Direto, há três tipos de CDBs:
CDBs pós-fixados
Os rendimentos são indexados ao CDI, taxa de juros que acompanha de perto a Selic. A rentabilidade oferecida é expressa na forma de um percentual do CDI: 80% do CDI, 100% do CDI, 110% do CDI etc.
Se o CDB paga 110% do CDI e essa taxa de juros esteve em 10% ao ano durante o período de investimento, a rentabilidade será de 11% (110% x 10%).
CDBs prefixados
A rentabilidade é expressa na forma de uma porcentagem nominal anualizada: 9% ao ano, por exemplo.
CDBs atrelados à inflação
A rentabilidade acompanha a inflação aferida pelo IPCA ou IGP-M mais uma porcentagem nominal anualizada: IPCA + 6% ao ano, por exemplo.
Riscos
Ao contrário do que acontece com os títulos do Tesouro Direto, uma vez feito o investimento, ele não sofre mais com oscilações de preço por causa de mudanças na projeção de taxas futuras.
Mudanças na taxa Selic influenciam o CDI, o que pode fazer com que o dinheiro cresça mais lentamente, mas jamais haverá rentabilidades negativas, como pode ocorrer no Tesouro Direto.
Por outro lado, existe a possibilidade de o banco emissor do título passar por dificuldades financeiras e não conseguir honrar seus compromissos.
No entanto, esse investimento conta com a proteção do FGC nas aplicações de até 250 mil por CPF/CNPJ e instituição financeira, o que mitiga o risco de crédito. É a mesma garantia da caderneta de poupança.
Liquidez
Existem dois tipos de liquidez para investimentos em CDBs:
Liquidez diária
Permite o resgate a qualquer momento, com o dinheiro caindo na conta do cliente em, no máximo, um dia útil.
Liquidez no vencimento
O resgate é feito automaticamente apenas no prazo do título. Não é possível reaver o dinheiro antecipadamente.
Os títulos com liquidez no vencimento oferecem rentabilidades maiores, pois dão mais previsibilidade para as instituições financeiras. No entanto, o investidor precisa avaliar se não vai precisar usar aquele dinheiro no período.
É recomendável ter uma reserva de segurança para evitar problemas.
Rentabilidade
A rentabilidade de um CDB é definida por regras que são conhecidas desde o momento em que a aplicação é feita. Ela pode ser maior ou menor, dependendo de alguns fatores.
Porte da instituição financeira
Bancos menores oferecem taxas maiores como forma de atrair clientes e investidores. Grandes bancos comerciais dificilmente oferecem mais do que 80% do CDI como remuneração em CDBs pós-fixados.
Prazo do título
Quanto mais longo o tempo de investimento, no caso de títulos com liquidez no vencimento, maior a rentabilidade oferecida.
Valor mínimo
CDBs com valores mínimos mais elevados costumam oferecer rentabilidades maiores.
Taxas
CDBs são isentos de taxas e tarifas na maioria dos bancos, pois as instituições financeiras já contam com o lucro dos empréstimos feitos a clientes a taxas de juros maiores que aquelas pagas pelos investimentos. Assim, não há surpresas ou custos que possam atrapalhar a rentabilidade.
Impostos
Assim como no Tesouro Direto, há cobrança de IOF (nos resgates feitos em menos de 30 dias da aplicacação) e imposto de renda (entre 22,5% e 15% sobre o rendimento) seguindo a tabela regressiva da renda fixa.
Decidindo entre CDB e Tesouro Direto
Você já sabe como cada um desses investimentos funciona. E agora, já tem condições de decidir entre CDB ou Tesouro Direto?
No que se refere ao risco, como foi falado, ambos os investimentos são bastante seguros.
As possibilidades de calote são bastante remotas, mas é bom estar ciente de como as instituições emissoras desses dois títulos se comportariam.
O Tesouro Direto é mantido pelo Governo Federal, que tem seus mecanismos para ressarcir credores em caso de “quebra”.
Porém, nas aplicações de até R$ 250.000,00 o investidor do CDB pode se sentir um pouco mais tranquilo, devido à proteção garantida pelo FGC, que funciona como se fosse um seguro.
Continuando, podemos dizer que o Tesouro Direto é uma aplicação mais acessível, pois permite aplicar valores pequenos (a partir de R$ 30) e obter rentabilidades superiores às da poupança.
Entretanto, é preciso abrir conta em uma corretora de valores e há a cobrança de taxas. Além disso, o processo de escolha e compra de títulos pode não ser muito amigável.
Na compra de um CDB, por sua vez, há chances maiores de rentabilidade tanto bruta quanto líquida. Isto porque os CDBs, por natureza, costumam oferecer percentuais maiores de rendimento atrelado a índices financeiros (principalmente se adquiridos por meio de instituições bancárias menores, como ressaltamos); e ademais, não há cobrança de taxas. Logo, o rendimento líquido acaba sendo maior que no Tesouro Direto.
O risco de crédito também é maior, mas não se esqueça da proteção fornecida pelo FGC. Além disso, há instituições bancárias confiáveis nas quais o investidor pode adquirir CDBs com toda a tranquilidade.
No que diz respeito às facilidades para o investidor, na comparação entre CDB ou Tesouro Direto, o funcionamento do CDB é mais fácil, pois é mais parecido com a poupança. Com o conteúdo do nosso blog, você pode aprender mais sobre como investir em CDBs e conferir mais dicas para fazer as melhores escolhas na hora de aplicar seu dinheiro. Conte conosco e sucesso nos seus investimentos sempre!