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Saiba quais são e como entender os principais tipos de liquidez

Saiba quais são e como entender os principais tipos de liquidez

Atualizado em 26/07/2022 às 16:12

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liquidez é um índice que expressa a capacidade de converter ativos em dinheiro. Quanto maior for essa certeza, mais líquido um investimento ou negócio é. Dentro do cenário das análises financeiras, há diferentes tipos de liquidez que, quando avaliados em conjunto, podem dar uma ideia clara da situação de uma empresa.

Neste post, vamos explicar como calcular e analisar os diferentes tipos de liquidez. Confira!

Qual a importância da liquidez?

A liquidez é fundamental para avaliar o desempenho de um empreendimento, tanto interna quanto externamente. Gestores e investidores se utilizam dela para determinar o grau de estabilidade e risco do negócio em determinado momento.

Como explicamos, ela revela o quão rápido um ativo pode ser convertido em dinheiro, com um mínimo de perdas. Investimentos têm diferentes graus de liquidez: aqueles que são contratados com prazo para resgate, por exemplo, podem ter liquidez média.

Um CDB diário, em contrapartida, tem alta liquidez, pois o valor investido pode ser resgatado a qualquer momento. Já o mercado imobiliário tem, em geral, baixa liquidez, pois não há certeza de venda imediata de um imóvel sem perda no seu valor.

Em se tratando de empresas, a liquidez está diretamente ligada à sua capacidade de sobreviver e se manter ativa. Para entender melhor como isso funciona, é preciso conhecer os diferentes indicadores de liquidez.

Para que servem os indicadores de liquidez?

Indicadores de liquidez avaliam a credibilidade de uma empresa no mercado. Em outras palavras, eles demonstram qual a capacidade financeira que a instituição tem para cumprir suas obrigações. É como se eles respondessem à seguinte pergunta: “se todo o passivo da empresa fosse cobrado hoje, ela teria como pagá-lo de imediato?”.

Assim, uma empresa com alto grau de endividamento e pouca capacidade financeira em curto prazo tem, de modo geral, baixa liquidez. Por outro lado, aquelas que administram bem seu fluxo de caixa, pensando em honrar seus compromissos em dia, costumam ter bom grau de liquidez.

Mas os indicadores de liquidez são a forma mais segura de fazer esse diagnóstico, usando como base as informações do Balanço Patrimonial.

Quais os tipos de liquidez e como calculá-las?

Os quatro indicadores de liquidez utilizados para avaliar a saúde financeira de um negócio são:

  • liquidez corrente: ligada aos compromissos de curtíssimo prazo; 
  • liquidez seca: representa a capacidade de pagamento em curto prazo; 
  • liquidez imediata: assim como a anterior, ligada aos compromissos de curto prazo; 
  • liquidez geral: gira em torno das obrigações de longo prazo. 

Como você pode perceber, cada um dá informações diferentes, mas todos são complementares. De modo geral, eles fazem a proporção entre os ativos e recebíveis como o passivo da empresa.

Assim, a regra geral para analisá-los é a seguinte:

  • índice de liquidez maior que 1: situação favorável; 
  • índice de liquidez igual a 1: ativo e passivo se equiparam, situação de equilíbrio; 
  • índice de liquidez menor que 1: endividamento, pois a empresa não consegue quitar suas dívidas de imediato. 

​Quanto maior for o índice, melhor a situação do empreendimento. Mas, mesmo que o indicador esteja menor que 1, é preciso avaliar com cuidado se não há muitos ativos concentrados no longo prazo. Confira, a seguir, cada tipo de liquidez e como calculá-la!

Liquidez corrente

Também chamado de liquidez comum, esse indicador mede a capacidade de uma empresa cumprir com suas obrigações no curto prazo. Ele representa, em nível de gerenciamento interno, a saúde do fluxo de caixa.

O cálculo leva em conta os direitos da empresa a curto prazo, que são seu Ativo Circulante (caixa, bancos, estoques e clientes) e as dívidas de curto prazo, que são o Passivo Circulante (empréstimos, financiamentos, impostos e fornecedores).

O cálculo é feito da seguinte forma:

LIQUIDEZ CORRENTE = ATIVO CIRCULANTE / PASSIVO CIRCULANTE

A seguir, vamos fazer um cálculo de exemplo para que você entenda como funciona. Confira!

No Ativo Circulante:

  • caixa: R$20.000; 
  • bancos: R$100.000; 
  • estoques: R$400.000; 
  • clientes: R$ 30.000. 

Já no Passivo Circulante:

  • empréstimos: R$50.000; 
  • financiamentos: R$300.000; 
  • impostos: R$5.000; 
  • fornecedores: R$100.000. 

Nesse caso, a equação seria:

LIQUIDEZ CORRENTE = 550.000/455.000

LIQUIDEZ CORRENTE = 1.2087

De acordo com as regras de análise, esse seria um bom resultado, concorda?

Liquidez seca

A liquidez seca também traz informações sobre o curto prazo. Entretanto, ela tem uma diferença simples para a liquidez corrente que pode fazer muita diferença. Aqui, os estoques não entram no cálculo do Ativo Circulante. A razão disso é que nem sempre ele pode ser diretamente computado no patrimônio da empresa.

A fórmula para calculá-lo é:

LIQUIDEZ SECA = (ATIVO CIRCULANTE – ESTOQUE)/PASSIVO CIRCULANTE

Na prática, isso significa que a liquidez seca calcula a capacidade de pagamento do Passivo Circulante, se o estoque não for convertido em negócios, ou seja, nem vendido nem utilizado.

Assim, uma empresa que tem um estoque muito alto pode ter dificuldades em realizá-lo, ou seja, transformá-lo em dinheiro para cumprir suas obrigações. Por outro lado, estoques baixos darão como resultado um indicador próximo ao de liquidez corrente.

Tome como exemplo os números que utilizamos no cálculo anterior. Nesse caso, a liquidez seca seria:

LIQUIDEZ SECA = (550.000 – 400.000)/455.000

LIQUIDEZ SECA = 0,3297

Percebe como um estoque alto pode ser problema para uma empresa? Bastou retirá-lo do cálculo e o cenário mudou completamente.

Liquidez imediata

Digamos que a liquidez imediata é um indicador mais “exigente”. Como ele olha apenas para o curtíssimo prazo, o seu cálculo foca apenas no ativo que está à disposição da gestão — dinheiro em caixa, contas correntes, investimentos de alta liquidez etc.

Esse indicador demonstra o quanto a empresa está preparada para lidar com emergências de caráter financeiro. Ou seja, diante das incertezas do mercado ou de imprevistos, ela poderá arcar com os compromissos mais imediatos e manter suas atividades?

Assim, saem da conta os valores relacionados ao estoque e às contas a receber. E o cálculo se dá por:

LIQUIDEZ IMEDIATA = VALORES DISPONÍVEIS / PASSIVO CIRCULANTE

Ao utilizar os mesmos valores anteriores (R$20.000 em caixa e R$100.000 no banco), temos:

LIQUIDEZ IMEDIATA = 120.000/455.000

LIQUIDEZ IMEDIATA = 0,2637

Na prática, é como se a empresa tivesse R$ 0,26 disponíveis para cada R$ 1,00 do seu Passivo Circulante.

Liquidez geral

Por último, esse indicador, que traz informações sobre médio e longo prazo, inclui em seus cálculos o seu Ativo Realizável a Longo Prazo e seu Passivo Exigível a Longo Prazo. Ou seja: tanto seus recebíveis como as dívidas que superam a estimativa de um ano em seu Balanço Patrimonial.

Assim, a fórmula da liquidez geral é dada por:

LIQUIDEZ GERAL = (ATIVO CIRCULANTE + REALIZÁVEL A LONGO PRAZO)/(PASSIVO CIRCULANTE + EXIGÍVEL A LONGO PRAZO)

Se, por exemplo, a empresa que usamos como exemplo tem R$ 40.000 a receber em parcelamentos que fez para os clientes por mais de doze meses e também contabiliza parcelas que totalizam R$ 40.000 acima de um ano, a sua liquidez geral será:

LIQUIDEZ GERAL = (550.000 + 40.000)/(455.000 + 40.000)

LIQUIDEZ GERAL = (590.000)/(495.000)

LIQUIDEZ GERAL = 1,1920

Como a liquidez geral fala sobre compromissos mais distantes, ela pode ser usada para conferir se a empresa vem perdendo ou ganhando liquidez com os anos.

Isso traz boas informações para o Planejamento Estratégico, mostrando que ela deve aumentar seu patrimônio no curto prazo para ganhar liquidez, por exemplo, ou que pode financiar seus projetos, pois tem capacidade de pagamento para longo prazo.

Mas é importante não ter uma visão isolada. O ideal, como falamos, é analisar todos em conjunto, para ter uma situação clara a respeito da saúde financeira do negócio. Assim, cabe avaliar as necessidades da empresa, a situação do mercado em que ela está inserida e os objetivos do negócio.

E esse não é um dado importante apenas para a gestão. Quem investe em ações pode utilizar os indicadores dos diferentes tipos de liquidez para avaliar o grau de segurança de um investimento em determinada empresa. Essa é uma fonte de informação valiosa!

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